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SABER ESPERAR
“Réplica a Jorge Vasconcelos,
a propósito de Adélia Prado” (*) “Não entendi patavina”, disse-o alguém A propósito da leitura de certos versos; “Uma coisa é escrever prosa poética Outra é escrever ao jeito de poesia” … Eu creio que a questão não assenta bem Pois parte de “princípios controversos”. Poesia não é moral, muito menos ética. Pondo de lado toda e qualquer filosofia Ela tem que ser, antes de mais, POESIA. Eu também não entendo patavina, Pois, está claro… quando estou fora dela. Não. A Poesia tem que ser singela, E, por ela, tem que haver estima: Quer isto dizer… estar dentro do poeta. A propósito, já dizia o grande Sena: Não há poesia grande, nem poesia pequena, Ou é poesia, ou então, não é Poesia… Ela é só uma e nada mais. Ela se completa! E, quem o decide? Quem o decide é o Poeta. Todavia, quem é o poeta? É Sena que o diz: Não há poetas grandes, nem pequenos, Há apenas poetas, nada mais de somenos Tudo o que daí passa é puro verniz! Falar de Adélia Prado, sem presunções Nem falsas perceções de conteúdo, Há que haver, porventura, mais estudo Lembrando que ela é «prémio Camões». Para se concluir – do que se está a falar – Ao que este tema, no geral, sempre alude, Há que saber esperar. Dá força e saúde, E, ademais, em Poesia, é uma Virtude! Saber esperar em Poesia é, tão só, ver, Ler, ler, sentir, compreender e SER! Frassino Machado In INSTÂNCIAS DE MIM ____ (*) – TESE DE JORGE VASCONCELOS: “Tenho lido alguns poemas seus e, na generalidade, gosto. Intrigou-me a frase que você transcreve da "poetisa" Adélia Prado - Melhor é ser e fui dar uma espreitadela à sua obra brasileira. Confesso a minha ignorância: não entendi patavina. Claro que é a minha opinião e nem sequer estou à altura de poder discutir o seu trabalho. Escrever prosa poética é uma coisa, escrever poesia é outra. Eu não me enquadro nos primeiros e sou seguidor da poesia escrita por poetas. Para mim, quem escreve prosa poética não é um poeta, mas sim um escritor, o qual se escrever textos entendíveis, poderá ser um génio. Reconheço, contudo, que há um aproveitamento em crescendo deste modo de escrita, mas, para mim, é igual à pintura abstrata feita pelos meus netos. Desculpe o desabafo, mas não reconheço qualidade neste tipo de trabalhos como é o da Adélia Prado e tantas outras que conheço. Feliz dia meu amigo!” Jorge Vasconcelos, 20 – 02 – 2025 (**) - NOTA - Adélia Prado, prémio Camões 2024
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 21/02/2025
Alterado em 21/02/2025 Comentários
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