SERMÃO DE STO. ANTÓNIO AOS POLÍTICOS
«Cessem as palavras, falem as obras»
__ Eu António, sim, eu António, Vou deixar-me d´ alegorias Para acabar co´ pandemónio E com as tristes fantasias. __ Eu, sim, Fernando de Bulhões, Com meu saber de património Limparei o país dos burlões, Eu António, sim, eu António. __ A começar, cá por Lisboa Vêem-se danças e romarias; Se nos políticos tudo destoa Vou deixar-me d´ alegorias. __ Com as minhas justas ideias Desafiarei o Demónio Nas cidades e nas aldeias Para acabar co´ pandemónio. __ Aos peixes não pregarei mais Nem às próprias atropelias; Este País está mal demais Co´ as suas tristes fantasias. __ Trocarei o mar p´ lo Parlamento, Onde tenho muito que fazer; Vou-me entender co´ o São Bento Pois a Casa já está a arder… __ “Cessem as palavras, falem as obras” (Não m´ esqueço, apesar da idade); Rapam os tachos e as sobras E exibem, só, banalidade. __ De Belém, já não espero nada, É um contínuo “deixa andar…” “A procissão passa na estrada… Vamos lá ver o que vai dar!” __ Assim não, não, não vamos lá! As Marchas estão para sair: O tal Vieira… já cá não está E, quem sabe, estará a rir! __ Tu, meu Menino traquina, Em vez de quereres só colo Faz uma cascata na esquina Com uma botelha a tiracolo. __ Pede esmola, sim, pede esmola, Para pagares as sardinhas E aos políticos de meia-sola Manda-os todos prás alminhas. __ E o povo? Sim, ai este povo, Cá vai indo na pasmaceira; Vão-se os dias, nada de novo, Co´ a sua vida na tremedeira. __ Na tremedeira, mas serena, Apesar da mísera moenga, Ouvir sermões não vale a pena Que a política é lengalenga… __ António e Companhia Lda. Minimizemos os azares Vendo bem se não dão em nada As nossas Festas Populares. __ Haverá palcos por todo o lado Com cantigas e desconcertos; Quem sabe, guitarras e fado E ninguém repara em apertos… __ Neste Verão, quem o diria, Vem cá o nosso Maioral; Oh, grande Festa e Romaria Para engalanar Portugal! __ Frassino Machado In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 12/06/2023
Alterado em 13/06/2023 |