ou

“No Dia das Mentiras”

Da história da Humanidade
Há quem diga e que refira:
No trono da fiel Verdade
Sentou-se a real Mentira!

Com poder avassalador
E máscara de falsidade
A Mentira é o mal maior
Da história da Humanidade.

Mesmo estando tudo bem
A Mentira, assaz, transpira
No falso qu´ a todos convém…
Há quem diga e que refira.

Com um raizame profundo,
Mas de frágil validade,
Está a Imperatriz do mundo
No trono da fiel Verdade.

Com máscara de fantasia
E aparência de safira
Num cadeirão de magia
Sentou-se a real Mentira.

Vem de longe esta odisseia
E a luta é interminável,
A riqueza expressa a ideia
D´ aventura lamentável…

O bem e o mal, juntamente
Duma forma aguerrida,
Coabitam frente a frente:
Mentira e Verdade vencida.

Poderosos – sempre ricos –
Fazem da mentira arma;
Fracos (com alguns salpicos)
Dão sustento à sua alma.

Desde os povos mais antigos
Fazem jus à realidade:
O Poder é dos mais ricos
Quer na aldeia ou na cidade.

No “Dia das Mentiras”, hoje,
Qualquer que seja o critério,
Toda a Verdade nos foge
Pra este odioso império.

Já não há povos honestos
Com a honra à flor da pele
Os mentirosos são lestos
Em criar reinos de fel.

Ai Mentira, ai Mentira,
És do Mundo Imperatriz;
Teu domínio está na mira
De quem será «Justo Juiz»!  

Frassino Machado
In ODIRONIAS