Por todo o horizonte, Palavras é o que mais há –
Entre os humanos e também entre a natureza –  
Olhando os factos e o mundo, tal como ele está,
Importa destrinçar a Alegria da tristeza…

Palavras, sim, elas cavalgam nas marés
E muitas vezes nascem sem eira nem beira;
Urge, pois, com justeza – lidá-las de lés-a-lés –
E usar, se for caso disso, uma popular peneira.  

Da remanescência, clara e pura, as sementes
Lançadas e aradas em terra de cultura,
Vão arejar e alimentar as humanas mentes
Com belas mensagens de Sonho e d´ aventura.

É esta a nobre tarefa do poeta e da poesia –
Peneirar bem as Palavras e criar poemas,
Colhendo os frutos com sabor e harmonia
Dando lugar à Arte, nos mais diversos temas.

Poetas, que me ouvis e me ledes, fazei igual
Ao que o Filósofo chamou de «peneiras da idade»
“Se procurais, uma poesia de cristal
Buscai: a Verdade, a Bondade e a Utilidade!”  

Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM