(Depois da morte de minha Mãe)

Minha avozinha, muito amada...
Ainda me recordo de ti, quando me dizias:
Já não sou tua avozinha…, mas, antes, tua Mamã!
Eu amo-te, mais que a ninguém,
Porque foste para mim duas vezes Mãe.
Isso nunca esquecerei jamais:
Nem hoje, nem amanhã!
E eu não quero que esta paixão
Termine, no fim da corda do meu pião…
Todavia, nunca irei ter palavras suficientes
Para te agradecer toda a tua bondade,
Toda a tua ternura para comigo!
Mas com esta singela carta
Quero poder traduzir em palavras o quanto
Te estou grato por tudo o que fizeste por mim!
Avó-Mamã, nos meus momentos de aperto
E de aflição – após a partida de minha Mãe –  
Tu estiveste sempre, sempre,
Ao meu lado a amparar-me e a aconselhar-me.…
Tu foste a minha Suprema amiga
E também a verdadeira Mamã para mim!
Eu estou-te eternamente grato,
Como não poderia deixar de ser.
Avó-Mamã eu já te perdi, é verdade,
Mas acredito que ainda vives em mim
Como desde os meus oito anos… até à maioridade,
Quando também partiste para o Além.
E aí estarás, estou certo, com minha Mamã:
As duas são, desta forma, eternamente, o meu abrigo.
Tenho, porém, um enorme receio de vos esquecer...,
Porque eu vos amo demais...
Só quero que saibam que não deixarei para amanhã
O que vos posso dizer hoje mesmo:
Vocês significam tudo para mim...
E de uma forma simples, mas absoluta:
EU ADORAR-VOS-EI ATÉ AO FIM!

Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM