“Orçamento para 2022”

Na mesa do Orçamento
Procuram-se as iguarias
Se as há, há contentamento
Se as não há, sobram arrelias!

Quando toca a tirar medida
Há que parar um momento
Pra fazer contas à vida
Na mesa do Orçamento.

Não se estranhe o alvoroço
Nas polémicas e tropelias,
Como sete cães a um osso
Procuram-se as iguarias.

Há benesses compreensíveis
Que da vida são fomento
Nas preferências sensíveis
Se as há, há contentamento.

Cada razão puxa razão
Ponderam-se as economias
Mas na casa de pouco pão
Se as não há, sobram arrelias.

Em questões de Orçamento,
Por dá cá aquela palha,
Palavras leva-as o vento
Que a Mesa é um Deus me valha…

Cada manta é sempre curta
Se a perna for alongada
Qualquer finca-pé a encurta
Ficando a água entornada.

Na mesa do Orçamento
Nem sempre o que parece, é,
Em cada jogo ciumento
Não admira perder o pé.

Num país que sonha crescer
Tem qu´ haver sabedoria
Pois todo o deve-e-haver
Poderá descair um dia…

Têm a palavra os Partidos,
Neste belo Orçamento,
Malgrado se divididos
No Salão do Parlamento!


Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA