“De Damieta a Cabul”

«FRANCISCO, POMBA DE PAZ»

Mais uma vez a BESTA o Trono ocupou
Com o dorsal seiscentos e sessenta e seis
E com um novo Poder logo se reforçou
Pra vitória final sobre os ignaros Reis…

No Reino de Cabul o brilho se apagou
E o fulgor das estrelas nunca mais tereis
Qu´ outro Senhor da Guerra, o ódio agitou
P´ la violência sobre o Povo e sobre as Leis.  

Neste novo Poder sobressai a ignorância
E o desprezo total p´ la história e as Tradições,
Comprometendo a Justiça e a Tolerância
À luz das quais seus Ancestrais deram Lições.

Desde a mais ocidental e bélica Damieta,
Onde aportou Francisco e o seu bom companheiro,
Qu´ a grande Esperança despoletou a roleta
Nas asas duma Paz, voltada ao mundo inteiro.

Ali morava o legado do nobre Saladino,
O testemunho dialogal do Sultão Malik;
Ali ardia o fogo do Poverello Peregrino
D´ aberto coração pro benéfico Cacique.

Feita a Paz, entre o Mundo Cristão e o Islão,
Que alternativa existe, na aura da Misericórdia,
Nesta maléfica Tragédia do Afeganistão?
Qu´ esperam os Senhores reinantes da Concórdia?

De Damieta a Cabul teriam por bem caminhado –
Através duma estrada agreste e contumaz –
Il Poverello e o fraternal Frei Iluminado
Levando içada a bandeira Branca da Paz!

Os caminhos da Paz são demasiado ingratos
E o orgulho dos Maiorais é inconfessável;
Na Alma dos Humanos abundam os maus tratos
E a inibição dos DIREITOS é, tão só, lamentável!

Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM / Odisseia da Alma