“A Arte”

Há fazeres & fazeres, por fazer
Nas coisas mais comuns ou nas ficções,
Fora ou dentro das usuais convenções,
Em que tudo depende do modo de ver…
Mas ninguém pensa se é, ou não, arte
O modo de fazer “algo” em qualquer parte.

Há agires & agires, sem pensar
Nas formas mais comuns das sensações,
Partindo elas, ou não, das emoções
E perspectivas, do acto de contemplar.
E há quem conclua ser mesmo original
O “fazer algo”, seja bem ou mal…

Toda a Arte, como tal, é resultante,
E não ingénua, de um querer seguir
Determinado modelo, qu´ é pensante
Em “modos de fazer” ou de sentir…
A obra de arte, complexa ou singela,
Se o for livre, é sempre, sempre bela!

Palavras, traços, imagens ou sons,
Nas mais diversas circunstâncias reais
E nos critérios, tidos como dons,
São n´ “arte comum” os seus melhores sinais.
Tendo em conta este real ponto de vista,
Quem poderá assumir s´ é ou não Artista?

Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM