Ó DA GAITA!
(Réplica ao poema “A venda da Gaita”, de Xavier Zarco)
- Ai gaita, pra que te quero, Se já não tens serventia? Antes um pífaro brejeiro Do qu´ uma tal bizarria! Já não há gaitas de jeito Que agradem a toda a gente, Todas elas têm defeito E não são com' antigamente. Gaitas belas é só de vê-las Pelas mãos d'alguns manhosos, Tomara muita gente tê-las Seja em humildes ou famosos. Ai gaitas dos sete costados Da nossa experimentação, Tomara que, habituados, As tivéssemos de mão em mão... Não há gaitas, não há gaitas, Já foi um ar que lhes deu, Quer em gaijos, quer em gaijas: - Dá-me umas tantas, ó meu! Isto é que vai uma gaita, Nesta vida que Deus manda: Só se safa quem tem lata Co´ esta GAITA que tresanda! Não há «gaita» que não goste De enfeitar uma bela orquestra Onde, por prazer, s´ encoste E onde possa fazer festa! Mas “gaita assim” é um perigo Há sempre que desconfiar… Ó da Gaita, olha o qu´ te digo: Quem é qu´ te pode tocar?! Frassino Machado In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 29/07/2021
Alterado em 30/07/2021 |