"A razão tecnológica"

Meu rato colaborador
Das tarefas manuais
Escondeu-me o cursor
Dos ângulos visuais.

Desta arte o computador
Por manigâncias tais
Ao jeito dum estertor
Inibiu-me os seus sinais.

Dum momento para o outro
Este triste malabarista
Deixa de ser mágico e rato
Levando-me o golpe de vista.

Espreitei o olho do dito
Que me parecia falheiro
E descobri-lhe, expedito,
Um incómodo argueiro.

Retirei-o co´ a minha mão
E libertei meu rato mágico.
Afinal, aquilo era ilusão
E não um destino trágico…

Assim o meu computador
Assumiu a sua magia
Porque o rato colaborador
Voltou a ter serventia.

Ele há sempre uma razão
Na base de toda a lógica
Aprendamos esta lição
Também ela tecnológica!...

Frassino Machado
In “Roda-viva Poesia”