ODE ÀS MUSAS INSÍPIDAS
Nos cruzamentos da vida,
E nos meandros da mente Deste século corrente, Ele há musas e mais musas Numa onda acrescida De catetos e hipotenusas. Nos cruzamentos do agir E, em ampla dimensão Com ou sem inspiração, Ele há poetas e há poemas Que p´ las vias do sentir Jogam com estratagemas. Musas são filhas do tempo E há-as ao virar da esquina Que navegam, por si, à bolina Sem saber ler nem escrever Mas que são contentamento Despidas de todo o prazer. Ele há musas – e há-as afáveis – Nas realidades ou na ficção Que surgem da imaginação, Tornando as palavras ríspidas Quase que indecifráveis Sem palato e muito insípidas. Seja qual for a perspectiva Cada musa vai vagueando E na insipidez revelando, Com foros de um recriar, Uma ondulação à deriva Em água de rio ou de mar… Desde o tempo de Pitágoras, Com fundamento e magia, Manifesta-se a poesia Em liras de cordas e som P´ las avenidas e ágoras Ornadas de inspiração. Musas que d´ Apolo sois filhas Acordai nas madrugadas Um pouco mais temperadas, Trazei palavras, trazei versos Com emoções maravilhas De sentimentos dispersos. Quero, ó Musas, que canteis Com vossa lira maviosa Uma partitura formosa Que em meu estro de espanto Nova melodia gereis Ao ritmo de um outro canto! Frassino Machado In INSTÂNCIAS DE MIM
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 27/05/2021
Alterado em 28/05/2021 |