TROVAS A SANTA CORONA
«Intercessora nas epidemias» (*)
Ó minha Santa Corona, Minha latina donzela, Nasceste na urbe Verona De uma família singela. Com os teus progenitores Partiste da nobre Itália Na busca doutros valores Ali, tão perto, na Gália. Mas teu destino mudou, Como o da tua família, A barca no mar revirou Indo aportar à Cecília. Fizeste-te camponesa E cedo te enamoraste Mas pela tua beleza Um belo jovem sonhaste. Soldado, que era, partiste Para as bandas do Oriente, E com ele te cingiste Numa aventura fremente. Ele da Legião cavaleiro, Victor de nome chamado, E tu, para teres dinheiro, Fazias teu lindo bordado. Até que um dia ouviste Do Nazareno falar, Sua Mensagem seguiste Numa alegria sem par. Quis o destino da vida Levar-te à Ásia Menor E de Victor enternecida Foste sua estrela maior. Victor caiu na prisão Por negar de corpo e de alma, Desagradando ao pagão Colheu do martírio a palma. Por tu seres solidária Com o teu apaixonado Fizeste-te temerária Merecendo o mesmo fado. Foste com ódio amarrada À copa de duas palmeiras, Uma força desenfreada Fez-te igualar às frecheiras. Perdeste num sonho insano A vida, sem culpa e labéu, Em troca o devasso tirano Projectou-te para o Céu. Ascendeste lá, vitoriosa Com uma coragem imensa, Gozando pura e gloriosa A merecida recompensa. Desde há muito celebrada, Virtuosa e sonhadora, És nesta hora desejada Como Santa intercessora. Nas horas tristes d´ agonia Ouve do povo o seu lamento, Por esta estranha epidemia Salva-o do louco tormento. Santa da nossa Devoção Queremos contigo rezar, Numa contrita Oração, Um Canto para louvar: «Apartai-vos daqui vós Ó filhos da iniquidade! Senhor, ouvi a nossa voz E castigai sua maldade. Ouvi o tom do nosso pranto Afastai nossos adversários Vós, Senhor, sois nosso encanto, Livrai-nos dos perigos vários. Atendei à nossa súplica Que eles sejam confundidos Vossa vontade é nossa réplica Salvai-nos dos inimigos. Qu´ eles não se riam de nós Pois são nossa desventura, Curai-nos da epidemia atroz Vos pedimos com ternura. Santa Donzela e Patrona, Nossa Santa verdadeira, Rogai por nós, Santa Corona, Nest´ hora e na Vida inteira!» Frassino Machado In TROVAS DO QUOTIDIANO (*) – Festa de Santa Corona, a) Na Igreja Católica, 14 de maio b) Na Igreja Ortodoxa, 11 de novembro
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 19/11/2020
Alterado em 19/11/2024 |