OS 144 MIL
«As Primícias de Deus» (*)
Olhei… e vi o Cordeiro sobre o Monte Sião E, com ele, mais cento e quarenta e quatro mil Que escrito tinham na testa o nome de Abraão E sobre eles brilhava uma Luz primaveril… E ouvi nítida Voz, em forma de trovão, Cantando um hino ao correr d´ água do cantil E proclamando aos quatro ventos de suão: “Vós sois aqueles que, entre todos os do redil, Estais assinalados co´ o fogo da Redenção!..." E as brancas túnicas de feitio juvenil Vestidas, dentro da sua própria condição, Para se verem livres da tribulação hostil… Eles eram, entre todas as humanas delícias, Os Escolhidos, para servirem d´ alimento À Mesa do Universo, e também as Primícias Que no Trono de Deus são raro condimento. Mas quem sois vós, ó adolescentes da vida Que sonhais conquistar este digno Sortilégio? Após o bom combate, que levastes de vencida, Vós – os Sem Nome – tereis o selo e o privilégio: «Felizes os pobres d´ espírito! Terão o Reino de Deus; Felizes todos os aflitos! Eles serão consolados; Felizes os pacíficos! Terão a terra e os Céus; Felizes os que têm fome! Eles ficarão saciados; Felizes os sem-justiça! Tornar-se-ão mais livres; Felizes os misericordiosos! Terão misericórdia; Felizes os puros de coração! Verão Deus, felizes; Felizes os que sonham a paz! Obterão concórdia; Felizes os perseguidos! Deles será o Reino do Céu; Felizes os insultados! Eles serão dignos de Mim! Ficai alegres e contentes! Ter-Me-eis como Troféu E, como todos os Profetas! Permanecereis. Assim!» As Primícias de Deus estarão, a toda a hora, Nas mãos de quem procura a luta, em corpo inteiro. Serão cento e quarenta e quatro mil, embora Ainda se não saiba o Número verdadeiro. Para que o número CERTO seja revelado, Num rigor total de alma e de merecimento, Importa descobrir no rosto – bem selado! – A felicidade duma Luz d´ encantamento. E vós, por fim, os cento e quarenta e quatro mil, Não vos deixeis ficar fracos ou contaminados P, las vagas virulentas dos lobos do covil E, ademais, vós sois p´ lo Selo consagrados… N´Alto Trono de Deus há um Canto mavioso Que de vós sai, ao som da harpa da harmonia, Celebrando a vitória e o sucesso glorioso Pra gáudio do Cordeiro e da vossa Parusia! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA (*) – Daniel 12, 4 / Mateus 5, 1-12 / Ap. 7, 9-14
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 01/11/2020
Alterado em 02/11/2020 |