“Aos poetas hesitantes”

Minha lira é controversa
Mas respira engenho e arte
Com dois dedos de conversa
Dá louvor ou xeque-mate.

Cada verso estrutural
Tem moldura tão diversa
Por ser mesmo original
Minha lira é controversa.

Esta lira, distinta lira
É na poesia baluarte,
Alguém diz que é mentira
Mas respira engenho e arte.

Tal gosto não se discute,
Em escola que se exerça,
É um estilo que se incute
Com dois dedos de conversa.

Sem vaidade ou presunção
Toda a poética é combate
Que ao sair da minha mão
Dá louvor ou xeque-mate.

Neste mundo em desavença
Esvaziado de alegria
Sem Amor, e sem presença,
Faz bem falta a poesia.

Diz-se que não há poetas
Daqueles que havia dantes
São verdades incompletas
Prós poetas hesitantes.

Poesia não tem segredos
Mas fica em mim triste mágoa…
Fora, poetas, vossos medos
Bebei todos desta água!

Toda a Lira é controversa
Mas comporta em si magia
Numa inspiração diversa
Que dá luz e harmonia.

Co´ esta lira e este canto,
Todo o poeta se engraça
Tem na alma mais encanto
E o seu estro ganha raça!

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA