DIÁLOGOS POÉTICOS 02
Teolinda Marreiro / Frassino Machado
«DEBALDE OU DE BALDE» Teolinda - "Debalde" bati à porta De quem julguei meu amigo. Já, "de balde" fui à horta E trouxe-o cheio comigo. "Debalde" tentei fazer Alguns desenhos bonitos. "De balde", é só o encher, Não precisa requisitos. "Debalde" fui ter contigo E triste, me vim embora. "De balde", sabes? Te digo: Fui jogar o lixo fora. "Debalde", é uma palavra Que tem forma negativa. Já "de balde", gozo à brava E de forma positiva. Teolinda Marreiro * Frassino - Este mundo anda ao contrário “Debalde” não há maneira. “De balde”, mesmo ordinário, Levá-lo-ei pra lixeira. “Debalde” já fiz alertas, Pelos vistos, ninguém presume. “De balde” levam os poetas Montes de versos pro estrume. “Debalde” acontecem coisas, Cada vez com mais vergonha. “De balde” coisas e loisas No monturo são peçonha. “Debalde” nada há a fazer Resultando em pandemia. “De balde” façam correr A merda pra estrebaria! “Debalde” há só confusões E já ninguém acredita. “De balde” levem os … E atirem-nos pra sanita. “Debalde” usem-se máscaras, Tudo vai acabar em bem. “De balde” levem-se as aparas Que não servem pra ninguém… “Debalde” tapem-se os buracos Dos negócios em aposta. “De balde” apanhem os cacos Dos intelectuais da bosta. “Debalde”, palavra sem graça Que custa a pronunciar. “De balde” dá pra ir à praça Se houver lá o que comprar! Frassino Machado In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 28/08/2020
Alterado em 28/08/2020 |