ANTI-ARTE, ANTI-POESIA
“NO CENTENÁRIO DE CHARLES BUKOWSKY”
– 1920 – 2020 – Nunca ninguém como Charles Bukowsky, ele mesmo, Ousou tanto desafiar a Arte e a Poesia Riscando ideias e convicções – tudo a esmo – Mascarado, provavelmente de fantasia. As suas máscaras cresceram desde criança Pois, pressionado por violência e por desprezo, Calcorreou um underground sem esperança Numa vida onde foi infeliz e indefeso… A sua postura, perene e resiliente Por labirintos estranhos e impensáveis, Revelou-se de forma clara e contundente Por evidências profundas inacreditáveis. Para o artista – se é que ele foi um artista – Para o poeta – se é que ele foi um poeta, Toda a mundana sociedade, qual fogo-de-vista, Era um covil caótico de loucura completa. Se todos os valores eram, tão só, virtuais Para quê haver regras ou reais fingimentos? Bastaria uma Vida banal e nada mais: Bukowsky e os seus gémeos desregramentos. Toda a arte e poesia, na sua nudez brutal, Fluía em catadupas e em alucinação… Poesia? Arte? Tudo ao natural, tal e qual, Como mandam a instinto e a imaginação. Talvez, assim, se apure a verdadeira Arte, Talvez, assim, se cumpra a pura Poesia? E que, a Literatura, o que é trivial descarte Fazendo emergir do Caos uma nova Harmonia! Ler e pensar Bukowsky valerá a pena? Sim, valerá a pena, se a âncora for segura E se a alma, ao fazê-lo, se tornar serena Numa atitude de inteligência e de Cultura. Frassino Machado In AS MINHAS ANDANÇAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 15/08/2020
Alterado em 16/08/2020 |