ALMADA, A POESIA POSSÍVEL
“ No Cinquentenário do Pintor-Poeta”
Grande José Almada, dizem que morreste Faz, durante este ano, uns cinquenta anos a fio, E destes – os que o dizem – eu deles já me rio Porque não apreciam aquilo que escreveste Fazendo-te inventário! Tu, afinal, lá bem por dentro, nada sofreste Porque, ademais, confundem poesia com pintura E, bem vistas as coisas, ler-te ou ver-te, é tortura Pra todos os bem-pensantes que nunca conheceste Neste cinquentenário! Os teus traços e cores são justa afirmação Da forma como vias e sentias o universo, Pois tu a cada hora pintavas cada verso Sem que ninguém ousasse dar-te uma lição Mas tu, ousaste dar! Tu foste visionário e também um agitador E estiveste nas tintas p´ ras tuas fantasias… Sondando a boa gente, onde é que tu estarias Pra que tua arte revelasse algum esplendor Quanto à forma de estar? As palavras saíram-te, quais gémeas das tintas, Daquelas tintas de uma alma circunspecta Que das emoções próprias de um pintor-poeta Te demonstraram ideias claras e distintas Sem conhecer a morte! Grande José Almada em tua tela sensível Nunca invejaste alguém que sombra te fizesse Pois que o teu estro já tal era onde estivesse Pintando e escrevendo a Poesia possível... Sempre moderna e forte!... Frassino Machado In AO CORRER DA PENA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 16/06/2020
Alterado em 16/06/2020 |