VALENTINA MÁRTIR
Que tão grande Calvário p´ ra tão pouca idade
Tiveste tu, Valentina, em teu segredo imenso Da passagem existencial pela precariedade, No envolver, quem sabe, dum mistério denso Desta tua partida, que deixará saudade… No meio de dois fogos, sem conformidade Entre duas famílias com ideal suspenso, Sem dar sossego ao teu instinto de ansiedade, Quem é que ousou cercear, sem o teu consenso, Os teus juvenis sonhos de justa liberdade? Ninguém acreditou, parecendo imprevisível Que um pai, ou uma mãe, fosse mesmo capaz De pôr um ponto final, de uma forma horrível, À tua curta vida, já de si tão frágil e fugaz, Sem que a Providência o fizesse demovível… Valentina, quem é qu´ hoje ouvirá teu choro Entre todos os teus iguais na Eternidade? E qu´ outro grito poderá contigo fazer coro Contra os tiranos que respiram a fealdade? Dorme agora, tu, Menina coração-de-ouro! Frassino Machado In OS FILHOS DA ESPERANÇA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/05/2020
Alterado em 11/05/2020 |