MAIO, PURO MAIO
“O mês da vida”
Ele há meses e mais meses, Doze deles fazem um ano Que dura tanto qu´ às vezes Nos conduz ao desengano… Desengano qu´ é desmaio Tal e qual o mês de Maio. É o mês do trabalhador, E é o mês do ganha-pão Levedado com o suor, Duras bolhas em cada mão… Maio, desde o dia primeiro Até ao fim do mês inteiro. Com empenho e galhardia Ter trabalho dá estatuto, Vida amarga, sem poesia, E, por vezes, sem dar fruto… As lágrimas são o fermento Da incerteza e do desalento. O Maio é um poço sem fundo Em barca de contestação Gesto e debate profundo Frente a frente com o patrão… É um tempo de trabalheira, Vida sem eira nem beira. Mês das noivas e das flores, Da terra-mãe em criação, Não há noivas, nem amores Mas há um baile de ilusão: Mês de liturgia e beleza Na Festa da Natureza. Mês da vida e do aconchego, Mês da calma e da bonança, Que nada fique em segredo Na clara luz da esperança… É o mês da paz e do abraço E do avanço em cada passo. Ele há Maios de euforia E de franca afirmação, Mas há sonhos de alforria Da ignóbil exploração… Quantos Maios, de verdade, Se vangloriam de liberdade? Ó Maio, ó puro Maio A ti, quem te louvará? Vós, ó poetas, louvai-o Que ele, outra força terá... Ser MAIO, já é galardão Qu´ implica alma e coração! Frassino Machado In INSTÂNCIAS DE MIM
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 01/05/2020
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