ARENAS & ARENAS
“A propósito de Carnavais”
Ele há arenas & arenas, Ele há arenas, e há demais, E, apesar das quarentenas, Nunca acabam os Carnavais! Quando abrem as madrugadas, Por entre vultos de nevoeiro, O que mais se vê são touradas Por cá e p´ lo mundo inteiro. Ele há arenas bem juvenis Diferentes das tradicionais Dizem-se escolas, por um triz Olvidando os próprios pais. Ele há arenas de rua em rua, Com mil “nuances” e folias, Estão entre o sol e a lua Revestidas de fantasias. Ele há arenas pelas aldeias, Muitas mais pelas cidades, Não têm valores nem ideias E os erros são as verdades. Ele há arenas policiais Que não respeitam virtudes Gladiam-se nos tribunais Com abjectas atitudes. Ele há arenas-hipermercados Que vendem gato por lebre Escaparates engalanados Fintando a lei que não serve. Ele há arenas sacralizadas Benzidas com água benta São refeições alternadas Entre os oito e os oitenta. Ele há arenas e há partidos Com gestos d´ encantamento Sentam-se mui bem servidos Nas bancas do Parlamento. Ele há arenas feiras-vaidade Que fazem ver que são tudo Mas, no fundo, e por metade, Não passam de mero entrudo. Carnavais? Sim, esses são As verdadeiras arenas Não passam de diversão Nas mais caricatas cenas. A vida é a suprema arena, Quer de dia, quer de noite, Quem anda nela se depena Cada passo, cada açoite. Arenas, para que vos quero Instituições mascaradas? Se me quereis poeta sincero Ficai co´ as portas fechadas! Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 23/02/2020
Alterado em 24/02/2020 |