A FAMA POR LENTILHAS
Subiu aos píncaros da fama
Por sucessos e maravilhas Hoje escarafuncha na lama Pelo excesso das lentilhas. Frágil como qualquer criança Em ágil corpo a arder em chama Qual cavaleiro de esperança Subiu aos píncaros da fama. Aprendeu lides em Monforte Fez-se perito em armadilhas Ganhou prestígio e bom porte Por sucessos e maravilhas. Ganhou troféus e até comendas Fez jus à boa dinheirama Humilhando-se em reprimendas Hoje escarafuncha na lama. Prestigiado em grandes feitos Com rodeios e bandarilhas Saiu perdedor dos seus direitos Pelo excesso das lentilhas. Antes de Moura, depois de Moura, Desenvolve-se a tauromaquia, Mas o destino, marcando a hora, Deixou cair a fidalguia. Porém, outra aventura surgiu, E com foros de mala pata A corrida dos galgos floriu, Sem investir ouro nem prata. - Venham daí umas lentilhas, Dão força e não fazem engordar, Os galgos devoram as milhas Das corridas que querem ganhar… - Ai galgos, e outros que tais, O que comeis é por paixão, Mas estranho os vossos sinais Que vejo com preocupação! - Ai Moura, Moura, comendador De um cavalgar castiço e fundo, Ostentaste a tua arte maior E hoje andas na boca do mundo. - Eu sei que não és Instituição Mas foste herói, foste tortura, E dói-me saber, com desilusão, Que és cavaleiro de triste figura. - Estão rindo os teus detractores Pelo teu lamentável trato… Tira os galgos das suas dores Tirando as pedras do teu sapato. - Isto não vai lá com lentilhas Mas vai, porém, com dignidade. E, não havendo novas guerrilhas, Acabarás com a crueldade! Frassino Machado In AO CORRER DA PENA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 22/02/2020
Alterado em 22/02/2020 |