OS LABIRINTOS DO SISTEMA
Ai Sistema, Sistema! Olha ao que tu chegaste!
Vieste de muito longe, qual mercador de ilusão, Com mil e uma promessas sem tirar nem pôr, E agora – se é que já reparaste? – Não passas de vil labirinto em contramão Secando as almas na ânsia e na dor. Ai Sistema, Sistema! És o corpo de uma sombra, Daquela sombra estranha, revelada em caos De todos os projectos existenciais, E agora, se olhares no lusco-fusco da penumbra, És uma imagem nua e crua de ídolos maus Que preenchem o louco mundo em mil e um sinais. Não há heróis, nem sequer fios condutores; Não há Ariadnes, nem paixões arrebatadas; Mas tão só a roufenha voz de Minotauro Em plena tempestade, entre servos e senhores, Ecoando pelas inóspitas madrugadas: – Venha o dinheiro! Eu alimento-me de ouro! Da negridão da Vida, em pantanais recintos, Eis os seus Labirintos, intos, intos, intos! Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/02/2020
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