DE HAMLET A GODOT
“O regresso a Elsinore”
Na orla da memória de qu´ Hamlet se vestiu Vislumbram-se suspeitos traços de Elsinore E, entre eles, o elo duma espera que floriu No mistério de Godot, naquela força maior Duma peça teatral feita de águas paradas Onde a infeliz Ofélia jaz d´ asas cortadas… Na memória de Shakespeare, ampla de sentido, Fica apenas aquele lugar de expectativa Na angústia da vingança p´ lo tempo perdido Sem qu´ outro tempo compense a moral esquiva. Que o diga Beckett profetizando hábil peça Em que Úrsula propõe, por bem, outra promessa… É a hora das palavras – a hora do diálogo… – A hora de noa das trevas que Hamlet impôs De que o próprio Godot irá fazer o jogo P´ lo ilusório mistério qu´ a aura contrapôs. Que frutos de Elsinore na mala das Sete Vidas? Silêncios e paixões desfeitas, folhas caídas? Mais há-de perguntar a criança ao surdo Brexit: Qual será a sentença justa… come in or come out? E o Eco calar-se-á pois que ele… é um mudo Exit… Escolher agora? Pois… aí está Aquilo qu´ é louco! Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 03/02/2020
Alterado em 03/02/2020 |