LIVRE, MAS NÃO TANTO
“Ode sobre Joacine”
Como é possível afirmar de ânimo-leve Que eu não ouvi pessoas que tinha que ouvir; Pois eu lhes digo que quem não deve não teme E o tempo, podem crer, é que o há-de conferir… Como é possível afirmar (e que coragem teve?), Que ao partido não fui leal, o que dá pra rir; Pois eu direi que este Livre de mim se serve Prás subvenções… porém, dele, não tenciono sair! Como é possível afirmar, que eu não respeito Tudo o que se decide dentro do Partido Se é por ele que eu dou às balas o meu peito? Pois, é com toda a força, que digo o que digo: Não! Não e não! É mentira, é mentira, é mentira! É inadmissível! É mentira! Tenham vergonha! Mas, oiçam bem: cá deste cargo ninguém me tira. Afastem-se de vez… co´ a vossa vil peçonha! Eu não sei se este Livre é um ninho de víboras Ou se estarei, como Daniel, na cova dos leões E de corda ao pescoço (no ponto dos antípodas) Esperarei, qual Dalila, as nefastas vibrações… Se eu tiver de cair, hei-de cair de pé! Oiçam bem, No quadro eleitoral, combati sempre pelo Livre: Cinquenta mil votaram em mim, e não no Livre, A esses nunca os vou defraudar, não! Deus me livre! Assim falaram Moisés, Zaratustra e Catilina Assim falaram Robespierre, e o herói Marat … E assim falarão sempre os d´ alma cristalina Mas… só um «grito do Ipiranga» os salvará! E se assim vai a Farsa neste Reino de espanto Num labirinto de inverdades, Livre (mas não tanto!), Rogarei ao bom Deus que a todos vos ilumine Ou então… não me chamarei de Joacine!? Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 19/01/2020
Alterado em 19/01/2020 |