A GRANDE AVENTURA, 1640
«Trovas da Restauração»
- E já lá vão sessenta anos Em que o Reino de Portugal É governado por tiranos E a vida a todos corre mal! O povo está farto de tiranias E é grandemente explorado Com impostos e malfeitorias, P´ los reis Filipes dominado. - Eles não são da nossa Pátria Desprezam os nossos Heróis E, para cúmulo da angústia, Querem-nos fazer espanhóis! O sonho da Independência Nasceu n´ alma dos portugueses E começaram, com paciência, A preparar as entremezes. Uniram-se alguns conjurados, Pensando numa força maior Que os fizesse ser libertados Da sua escravidão e dor. Ano mil seiscentos e quarenta No nobre Palácio de dom Antão Ali se preparou a ferramenta P´ ra libertar esta Nação. Pinto Ribeiro e companheiros – Por coincidência eram quarenta – Corpo e alma de aventureiros Juraram acabar co´ a tormenta. Em dezembro, no dia primeiro, Numa manhãzinha brumosa, Foram à praça do Terreiro Prender a Duquesa vergonhosa. - Onde ides, fidalgos, tão apressados Com vossas estranhas feições? - Vamos retirar os desavergonhados Daquele vil antro de ladrões! Cercaram o Palácio do crime, Mataram Miguel de Vasconcelos A golpes de espada e mão firme, E arrastaram a dita pelos cabelos. - Ó Mântua, que já estás a mais, Assina aqui esta concordata, Porque, se não, por esta janela sais E o povoléu logo de ti trata! Humilhada, a Duquesa assinou De imediato, e sem condições. E assim Portugal encontrou Justiça para as suas razões… O sol raiou, brilhou a esperança, E aqueles heróis, com este plano, Tornaram Dom João de Bragança Restaurador e rei Soberano. E foi co´ esta Grande Aventura, Que a Restauração, de boa memória, Salvou a Pátria e a Cultura Tornando digna a Lusa História! Frassino Machado In TROVAS DO QUOTIDIANO
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/11/2019
Alterado em 01/12/2020 |