Da Escola que há todos falam mas ninguém trata,
Por díspares que são as mais comuns ideias,
Dando palpites vãos em tristes panaceias,
Sem esperar, todavia, uma ampla concordata.

A disputa entre teoria e prática é farta
E as vozes, essas, assemelham-se a sereias
Que, ao falarem, comprovam, em paredes meias,
Que a alma humana é forte mas a carne é fraca.

O moralismo abunda em forma de utopia,
E a realidade é dura e não se compadece
Com frágeis argumentos qu´ a inteligência tece
Sem que se almeje uma solução d´harmonia.

Realidade e utopia, campos opostos, mas chão
Com garantia dada àquela luz eterna
Que de Platão se vai projectando na caverna,
Qual prova de resistência à fé e à razão.

Escola assim será sempre um beco sem saída,
Sem justificação pra tal desconcerto e dor,
Ficando divorciada da realidade da vida
Em débito fatal de um fio condutor.

(Desta feita ... tornada labirinto de ignorância
Dá corpo ao Minotauro sem tempo nem distância!)


Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM