“A um poeta não-concordante”

Há cinco ironias e meia
Que me deve César Gonçalves
E esta ironia veio cheia
De apetite para mais vezes.

“Não concordo com nada disso”,
Não sei se da epígrafe a ideia,
Todavia, sem compromisso,
Há cinco ironias e meia.

Se foi pelo poema, em si,
Qu´ inda não chegou a Serralves,
É esta “ironia” que eu já vi
Que me deve César Gonçalves.

À ironia da «Escola Passante»
O equívoco até terá peia,
S´ há desacordo, passe adiante…
E esta ironia veio cheia.

Contrafacções não são toleráveis
N´ arte poética de bons fregueses…
Debates destes são desejáveis
De apetite para mais vezes.

Com esta ironia suspensa
Por falta de entendimento
Esperemos não haver sentença
Para nosso descontentamento.

A ideia de ESCOLA que cá anda,
Envolta em denso nevoeiro,
Não passa de vã propaganda
Que pegou vírus no país inteiro.

Assim, poetAmigo discordante,
Venha daí um cordial aceno
De picola luz bruxuleante
Que faça remover o veneno!


Frassino Machado
In OS FILHOS DA ESPERANÇA