A SEQUÓIA
“P´ la essência de Jorge de Sena”
De alta e elegante figura Foste, qual Sequóia orgulhosa, A mais sensível criatura D´ alma humanista e generosa. Na terrena e densa floresta, Do cimo da tua Sequóia, Geraste uma Obra soberba Das Letras, inestimável jóia. Prosas, ensaios e poesias, Ficção, teatros e belas-artes, Por entre invejas e arrelias, Foste o maior dos estandartes. Da tua Sequóia altaneira Observavas com paciência A mais longínqua fronteira De cada coisa, sua essência. Não era orgulho a tua labuta, Antes, porém, nobre Missão Que enfrentaste, luta após luta, Numa diáspora de exaustão… Com irrequieta juventude De propostas e sonhos cheia, Investiste a tua saúde, A tua alma e a tua ideia. Rasgaste máscaras, fingimentos, Com resiliências e ousadias, Testemunhando aos quatro ventos Sem proventos nem mordomias. Puseste em sentido um país, Negando-lhe as veleidades, E nunca vergaste a cerviz Nem à custa das liberdades. Desprezaram-te as criações Pois nunca te deixaste vender E prós teus míseros vendilhões Foste d´ antes quebrar que torcer. Partiste em busca d´ eldorado Para as terras do Ocidente Seguindo o destino do fado Em coração d´ paixão ardente. Teu talento lá fora serviu, Tuas sementes frutificaram, Mas na Pátria, que te desiludiu, Poucos de ti aproveitaram. Em país, d´ alma atarracada Sem perspectivas e sem visão, Não se vê luz nem madrugada Nem projectos de eleição. Se à Sequóia estás comparado Não estranhes qu´ os pilriteiros, Que abundam por todo o lado, Te piquem co´ os espinheiros… E isto, porquê? Triste paranóia… P´ la essência de Jorge de Sena Ninguém sobe àquela Sequóia, Adormecida na paz serena! Mas, hoje em dia, bruxuleante Uma Esperança-maravilha Parece mostrar, titubeante, Que, entre nós, o teu Nome brilha! Frassino Machado In OS FILHOS DA ESPERANÇA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 11/11/2019
Alterado em 12/11/2019 |