CANTO DE FRASSINO

Os meus horizontes são de Vida e de Esperança !

Textos

NO DIA SEGUINTE
“As lições de Sena”

Celebrar Sena – só porque é seu Centenário –
E não lançar as mãos à obra, poetando
Como ele fazia no seu labutar diário,
É esquecer suas Lições, nada aproveitando…

Cumprir os seus «alertas» à FIDELIDADE
Ao testemunho, no rigor da PEREGRINATIO
Sem EXORCISMOS que limitem a Liberdade,
Dando o peito às balas matando o “minotauro”.

“Processo testemunhal” deve ser toda a poesia,
Como em VISÃO PERPÉTUA ao jeito do poeta,
Eis o caminho para se chegar à harmonia
Sempre no horizonte da COROA DA TERRA.

Hão-de passar outros 40 ANOS DE SERVIDÃO,
No estranho chão de O REINO DA ESTUPIDEZ
Onde a Cultura e a Arte sofrem rejeição,
Se um passo em frente não se der co´ intrepidez.

Não há que ser OS GRÃO CAPITÃES d´ar fogoso
Nem ANDANÇAS DO DEMÓNIO há que preencher
E muito menos ser-se O FÍSICO PRODIGIOSO
Mas, sim, seguir-se AS EVIDÊNCIAS no fazer.

Sob a forma de POST-SCRIPTUM há que ir em frente,
Sem pensar atingir a AMÉRICA-AMÉRICAS…
Ver--se-á a PEDRA FILOSOFAL totalmente
Almejando o REVER-PORTUGAL, e sem líricas.  

O nosso poeta sempre foi O INDESEJADO
Mas, co´ a maior resiliência e grão pertinácia,
À luz de TRINTA ANOS DE CAMÕES, seu fado
Viu, em GENESIS, a sua MATER IMPERIALIS.

Há pelo mundo SINAIS DE FOGO, certamente;
Há pelo mundo mil minotauros e tiranos;
Há pelo mundo mil máscaras frente a frente,
Mas ele legou lições para mais de mil anos.

Cantam os poetas qu´ é bela a ARTE DE MÚSICA
Refazendo os seus versos com lágrimas e suor,
Mas suas musas cuidam-lhes AS METAMORFOSES
Para que embelezem os seus poemas com amor.

Em Diáspora Literária intensa o nosso Vate
Criou ENSAIOS sem sombra de concorrências:
LITERATURAS, TEATROS de fiel contraste
DEDICÁCIAS e valiosas CORRESPONDÊNCIAS.

Abriu a porta de PESSOA & HETERONÍMIAS
E numa ousada INGLATERRA REVISITADA
Destrinçou MAQUIAVEL e, em linhas exímias,
Fez drama em pleno palco com A MORTE DO PAPA.

Tornou-se herói e actor em gesta aventureira
Por SUPER FLUMINA BABYLÓNIA
Sem que do “Príncipe dos Poetas” tivesse inveja
Em lusas LÍRICAS com arte e parcimónia.

Jamais se fez misógino, frio e sorumbático,
Cantando ademais, A NOITE QUE FORA DE NATAL
Num AMPARO DE MÃE em coração simpático
De uma inteligência rara e uma alma de cristal…

Jorge de Sena nunca fingiu, em fantasia:
Em Poesia não há maior nem há menor;
Nem poetas menores, nem poetas-magia
Mas apenas POESIA e poetas com rigor.

Dia seguinte é hoje, amanhã, a partir d´ agora,
Deixemo-nos de vazias e vãs celebrações:
Há que ler, escrever, cantar, p´ lo tempo fora
Animando a Poesia com fortes emoções!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 03/11/2019
Alterado em 04/11/2019


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