VIAGEM AO DENTRO DO POETA
“Ode para Joaquim Moncks”
Entranhemos em nós o inefável Absoluto P´ la força anímica e pura das emoções Num alargado repto e confessional desejo Partilhando para connosco a palavra-pão. Se é a dura fome que nos toca e persiste Naquele vazio que dentro de nós habita Conhecendo a rudeza dos múltiplos atalhos Entranhemos em nós o inefável Absoluto. Se é a aridez da sede que nos queima e seca No défice perene da água refrescante Fitemos lestos a amplitude da cisterna P´ la força anímica e pura das emoções. Se é o brilho do eterno fogo que nos inflama Toldando-nos os próprios elos da razão Busquemos na discreta alma a paixão clara Num alargado repto e confessional desejo. Receosos e limitados são os sonhos Dispersos por um estranho e largo horizonte, Façamos a Viagem até ao nosso dentro Partilhando para connosco a palavra-pão. Nesta incessante diáspora pelos labirintos Que possuímos, sem ter moinho nem mó, Há mister de insistir em cernelhar o vento No dorso selvagem das palavras perdidas. As palavras são as sementes que os poetas Sonham lançar à terra, pelos quatro ventos, E a terra, que às vezes rejeita por teimosia, Demora, persistentemente, a germinar… S´ elas não germinarem, não há condimento Que faça sustentar o garbo das convicções; E no silêncio da noite a cada hora, a cada dia, Ouve-se um clarim que se faz essência e voz. É que o Logos condutor, qual fio de Ariadne, Há-de conduzir muito para lá do poema Até aos confins do famigerado labirinto Onde, em bizarro trono, s´ alcandora o Medo. O pior dos monstros é chamado de Ignorância E não há crasso erro que resista ao combate Dos ajustados versos e actos comedidos Coroando a Confiança que o poeta sonda! Frassino Machado In INSTÂNCIAS DE MIM
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 25/09/2019
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