O LEGADO DO DIABO
“No Dia de São Bartolomeu”
Parece que anda por aí o Diabo, Uns dizem que sim, outros que não; É a noite dele, ao-fim-e-ao-cabo, Pois lá o desmascara a tradição! Há desprezo por quem é velho, Há violência por todo o lado; Ninguém agradece um conselho, Parece que anda por aí o Diabo. Na noite de são Bartolomeu O Diabo mais velho sai da prisão; Se até o próprio Deus o temeu Uns dizem que sim, outros que não. Toda a gula é um desassossego, Usar do dinheiro, é um estrago; Quem tem poder não lhe tem medo É a noite dele, ao-fim-e-ao-cabo. Cada quezília gera quezília, Cada negócio gera exploração; Não há paz em nenhuma família Pois lá o desmascara a tradição! O Diabo anda cheio de folgança Com a afoiteza qu´ alguém lhe deu; Será, porventura, da confiança Que lh´ outorgou São Bartolomeu. São Bartolomeu tem aos seus pés O “velho” Diabo, ruim tirano; Oxalá que o Santo, ao invés, Não lhe dê folga todo o ano. Reza o namorado, que à igreja vai No dia de São Bartolomeu: - Menina, menina, fuja ao seu pai Porque eu também já fugi ao meu! Andam por aí tantos diabos Que põem o mundo em aflição; Tristes dos homens que são cegos E não lhes topam a visão… Homem cego é um diabo-homem Que faz da maldade uma festa São muito valentes, mas somem Depois de pôr fogo à floresta. A esses o nosso Santo deveria Fazer-lhes com´ às criancinhas Enfiá-los todos na água fria Ou mandá-los para as alminhas… - São Bartolomeu, de bela idade Que já tens um prestígio eterno Deixa este mundo em liberdade Manda esses diabos para o Inferno! Frassino Machado In AO CORRER DA PENA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 24/08/2019
|