AMOR-SAUDADE
(16-06-1954 – 16-06-2019)
Amor-saudade, este amor que me está matando Aqui dentro de mim, aqui dentro do peito, Em fortes catadupas, de um instinto perfeito Num coração que me transforma, delirando. Em seis décadas e meia, que me vão passando, Nesta longa memória à qual estou sujeito Eu quero, minha mãe, prestar-te fundo preito Envolto p´ los afectos que ora estou lembrando. Foste a primeira âncora que me calhou, Foste a primeira luz que me iluminou, Foste a primeira água que a sede me tirou… E eu fui aquela verde planta que plantaste Em terra árida que, com amor, cuidaste, Fazendo de mim o último fruto que colheste… Amor-saudade, verde saudade temperança, Que adoçaste minha vida com fiel esperança Para este cruel mundo, todo em contradança… Tu, minha mãe-saudade, ó meigo relicário Entranhado em minh´ alma feita santuário Em ti vou dedilhando as contas do rosário! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 15/06/2019
Alterado em 15/06/2019 |