SONETO EPIGRAMA
“A um amigo que já deitava poesia pelos olhos”
Tão alta e densa vai a metediça poesia Que ela própria já não distingue os seus escolhos Por isso não se estranhe a desconfortável azia De um certo amigo que já a deitava pelos olhos. A metediça poesia pressupõe a harmonia, Mesmo que ela cirande por aí aos molhos, Mas, porventura, corre o risco da demasia Podendo, aqui e além, gerar alguns antolhos… O POETA – que ao ser denunciado por exageros – Limitou-se a reagir com natural estranheza: - “Ninguém deve ter medo de haver Poesia a mais, Antes, pelo contrário, tenhamos exasperos De todos os que a menosprezam com frieza Ou, pior ainda, a calcam aos pés com´ animais”… Tirem-se as ilações que poderão vir à mente Mas… uma delas permanecerá certamente: Há que mondar a escória co´ a maior nobreza! Frassino Machado In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 29/05/2019
Alterado em 29/05/2019 |