“Para Toño Núñez” (*)

Entre as duas terras irmãs
Almas gémeas em fraternidade,
Num sorriso de cor de romãs
Celebramos a nossa amizade.

Não estranhes, amigo Núñez,
Por ser assim nossa poesia
Cada poema corre de lés-a-lés
Num vai-e-vem de harmonia.

Daí, do coração da Galiza
Junto às fontes do rio Minho,
Chegam-nos, nas ondas da brisa,
Gestos de afecto e de carinho.

Somos de terras muito à beira,
Para além dos sopés do Marão,
Nossa amizade não tem fronteira
Porque, no fundo, é o mesmo chão.

Hermenegildo e Frassino,
De Chaves ou de Guimarães,
Suavizamos o nosso destino
Sendo, pela arte, capitães…

Capitães do longe e do perto
Damos testemunho bem fundo
Num abraço de verso certo
Quase do tamanho do mundo.

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA

(*) Com o aval de Hermenegildo Borges