A POESIA NO AR
“Sessão do poeta Giesta, no Baldaya”
A Poesia esteve no ar Nas palavras que vivas fluíram, Fluem e sempre fluirão. O espaço, mesmo que pequeno, Deixou-se vencer pelo tempo que faltou Mesmo que sem inspiração: Onde dois ou mais poetas Se reúnem pela convivência Aí a Poesia se manifesta. Falta inspiração? Talvez não Porque o que nela falta Sobra na fala e na emoção. Entreabriram-se palavras poéticas Sim, palavras carregadas De dizeres e de movimento Que, vindas de fora, Ferveram por dentro… Pela ausência da métrica e da rima Atempou-se uma fluência oportuna Naquela música das bocas. E o ritmo e o som ali se impuseram No ritual revelado das intenções E a sombra do silêncio que pairou Fez-se, na maré insuspeita De ingénua criatividade, Ao largo de um bem-estar Partilhado e convivente. Entre o poeta, a obra e o leitor, O verdadeiro bom leitor, Há também o ouvidor Que partirá por caminhos insuspeitos À busca de nova praia Onde possa semear. E, a propósito deste acto No belo Palácio Baldaya, Pairou, entre tímidas sombras, Um tal poeta Miguel Faia… A Poesia esteve no ar, sim, Naquele corpo selvagem De sagaz cumplicidade… Heureca! Aqui, aqui mesmo, mora o Parnaso, Digam, pois, a todas as musas Que podem ir embora! Frassino Machado In AS MINHAS ANDANÇAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 22/10/2018
Alterado em 22/10/2018 |