CANTO DE FRASSINO

Os meus horizontes são de Vida e de Esperança !

Textos

SOU PEREGRINO
“Peregrinação à Penha 2018”

Sou humano, sou peregrino
De toda a causa sentida,
Cumprirei o meu destino
Em cada estação da Vida.

Toda a humana peregrinação
Tem dois efeitos colaterais
Iniciam-se no coração
E na minh´ alma muito mais.

O combustível é a Fé
Que todo o corpo conduz
Envolve aquele que crê
Com esperança e com luz.

Clara Luz se manifesta
Nesta força que se desenha
Em canto de júbilo e festa
A esta Senhora da Penha.

Estandartes na mão do povo
Milhares de vozes cantando
Com fé, sem nenhum estorvo,
Todos vão peregrinando.

Na Colegiada tocam os sinos
Rufam os bombos na avenida
Todas as bocas cantam hinos
Numa chama de luz e vida.

O sol, desde cedo, a brilhar
Com o seu intenso fulgor
E um aplauso de encantar
Leva nos ombros o andor.

Senhora do Carmo e da Penha
E do nosso contentamento,
Oxalá que a Fé nos mantenha
E nos dê maior acrescento.

Vão escuteiros e polícias,
Vão crianças, jovens e velhos,
Voam flores e delícias
E as bandeiras dos concelhos.

Da retaguarda até à frente,
Três quilómetros d´ horizonte,
Outro tanto se pressente
Até ao alto, ao cimo do Monte.

Monte da Penha sagrado,
Da nossa Cidade egrégio,
Subir a ele é um agrado
E um distinto privilégio.

Tanta gente, tanta gente
Subindo a estrada sem fim
Com a alma bendizente
Ornamentada de alecrim.

Tantos rosários ufanos,
Tantos terços dedilhados,
Tantos cantos marianos,
Uns nos outros encadeados.

Mães, com crianças ao colo,
Filhos pequenos p´ la mão
E, quebrando o protocolo,
Até os cães fazem questão.

A meio da alta encosta
O suor escorria abundante
Fresca água o romeiro gosta
Pois servir-lhe-á de calmante.

Nas quebradas de São Roque
Duplicou-se a emoção:
Girândolas deram o toque
Avivando a peregrinação.

E na estrada a serpentear
Com toda a gente no siso
Parecia estar a tardar
A chegada ao Paraíso.

Mais um quase e outro quase,
Mais um terço e outro terço
Os olhos, sem perder a base,
Olhavam a Cidade-berço.

Entre a Colegiada e a Penha
Sete quilómetros medidos
Levam a fé como senha
Sem reclamos ou gemidos.

Os sinos do Santuário
Tocam hinos exultantes
E o arcebispo comissário
Espera já os caminhantes.

“Salve nobre Padroeira”
Cantamos todos à porfia
Depois de tanta canseira
Correm lágrimas d´ alegria.

Chegou finalmente o andor
Debaixo de nuvens de flores
Cantam-se hinos de amor
Desde a Penha aos arredores.

Há missa cantada e orfeão
Em desempenho harmonioso,
Segue-se agora o sermão
Com um abraço jubiloso.

Senhora da Penha gloriosa
De Guimarães protectora
A Tua bênção venturosa
Peço para mim nesta hora.

Sou humano, sou peregrino
De alma e de coração,
Que meus versos sejam um hino
E meu poema a Tua canção!

Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 13/09/2018


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