“Em Dia de São Bartolomeu”

No dia de São Bartolomeu
De novo o diabo anda à solta
É porque Deus adormeceu
E já ninguém sabe se volta.

Dizem que habita em São Bento,
Onde as suas malhas teceu,
Fugiu tocado pelo vento
No dia de São Bartolomeu.

Dizem que habita em Belém
Com uma máscara à sua volta
Mas se o negócio lhe convém
De novo o diabo anda à solta.

Dizem que ele foi passar férias
Com a massa que o povo deu
Se isto são verdades ou lérias
É porque Deus adormeceu.

São Bartolomeu dá fiança
E não teme nenhuma revolta
Mas alarga-se co´ a tardança
E já ninguém sabe se volta.

Anda por aí, por todo o lado,
Veste de prazer e de festa,
E quando se vê apertado
Pega o fogo pela floresta.

Ó São Bartolomeu bacano,
Não te deixes adormecer,
Prende o Diabo todo o ano
Pra todo o povo renascer…

E se queres consideração
E o nosso louvor eterno
Salva do mal esta Nação,
Manda o Diabo pro inferno!

Mas, mais uma vez, o Diabo
Repetiu as suas pirraças,
E provou que, ao fim e ao cabo,
É o patriarca das desgraças…

Pois ele não há dia que passe,
Em toda e qualquer situação,
Em qu´ apareça co´ o seu disfarce
Espalhando a provocação.

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA