ESPIRAL CONTÍNUA
“Diálogo com Jorge de Sena” (*)
Um só poema não basta para atingir a terra Pois todos os caminhos exigem poemas. São eles os fiéis lenitivos E as puras águas necessárias Que toquem o coração e enxuguem as lágrimas. Poemas que se entrecruzam, De um só rosto e de uma só fé, Em labirintos virginais activos! Que a Vida é uma espiral labiríntica Por onde cirandam todos os humanos Baptizados de medo, ainda que de alma nova! E do alto da sua Torre de Babel Cada um deles vai perspectivando Um esboçado horizonte… Em primeiríssimo plano aqui era uma nascente! Que os humanos activem a sua mente, Que os humanos travem o bom combate, Que os humanos se esfarrapem Desnudando os empecilhos que os toldam. E os poemas se vão revelando mutuamente. Aqui nunca correu a água clara. Importa pois que os poemas deslizem Por entre as sufocadas margens E que possam aliviar pela sua limpidez O aperto com que elas se confrontam… E o alo perfumado da lira do poeta Faça abrir de vez os olhos da alma Dessa espiral contínua! Frassino Machado In JANELAS DA ALMA (*) – Sobre o seu texto ESPIRAL, in “Coroa da Terra”
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 04/07/2018
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