(O palco do Mundial 2018)

01 – A SOMBRA DE RASPUTINE

Abre hoje o palco do Mundial
Ensombrado por Rasputine
Personagem que ninguém define
Tanto pro bem como pro mal.

Mente popular não se remove
Tal figura demasiado abjecta
Fez-se um Diabo, e até Profeta,
Desde o tempo dos Romanove.

Nasceu lá nas terras do demo
Em família sofrendo d´ azares
Acabou na corte dos Czares
Cheio de um prestígio supremo.

Aureolado de fama estranha
De demoníaca esperteza
Depressa mudou a pobreza
Em riqueza vil e tamanha.

O próprio, por arte d´ encanto,
Pintou toda a fama que tinha
Naquele jeito que lhe convinha
Com traços d´ hipnose e de santo.

Um milagre, entre apoteoses,
Foi a cura do príncipe Alexei
Que, segundo aquilo que eu sei,
Foram mais as vozes qu´ as nozes.

O vasto império percorreu
Com ares de fantoche e magia
Mas, com um final de vida vazia,
Acabou entre o inferno e o céu.

Ninguém sabe por que razão
A sete atentados resistiu
Mas ao morrer alguém se riu
Pois terminara a maldição…

Já passaram mais de cem anos
E cá temos, um inesperado
Lopetegui, mais que azarado
E com ele nuestros hermanos.

O Evento ficou estarrecido
Com este episódio bizarro
Sai um ídolo, entra um Hierro
Qual rei-posto já decidido.

Se pés de barro foi Lopetegui,
Talvez trama de Ras-putine,
Desejando que isso termine
“Pés de hierro” é o que se segue.

Merece a Rússia e merecem todos
Merece o futebol e a juventude
Em prol do bem-estar e da saúde
Haja bons auspícios e bons modos!

Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS