«No Dia Mundial da Poesia»

Minha Casa, livre sonho
Em que habito bem feliz,
Pela natureza directriz
Do seu baloiçar risonho.
Neste mundo enfadonho,
Carente de harmonia,
Hei-de consagrar um dia
Aquela paixão que ponho
No meu oásis medonho
Sedento de Poesia…    

Minha Casa, lar-poesia
De uma emoção completa,
Faz do meu ser de poeta
A mais sábia companhia.
Em ti encontro a harmonia
Dentro duma alma discreta
Que me faz ver pela certa
Meu amor em sincronia
Entre o silêncio e a magia
De cada palavra concreta.

Minha Casa, meu advento
De uma aventura assumida
Em que uma estrela perdida
Vem até mim dar-me alento,
Meu espírito investimento
De uma opção consentida.
Na liberdade vencida
Por cada réstia de tempo,
Tu és Casa e condimento
De um horizonte de vida.    

Minha Casa, minha musa
A quem falo a toda hora,
E cada verso, que demora,
Vem revelar sem escusa
Um poetar que não se usa
Mas que se instala agora.
E em desenvoltura sonora
Que hoje é linha profusa,
És a locomotiva inclusa
De uma arte redentora.  

Minha Casa, alma-lança,
Meu solar e meu atalho
Minha manhã de orvalho
De perfeita confiança.
Minha luz e esperança,
És fruto do meu trabalho
Desta odisseia em tresmalho…
Quem dera que minha andança
Traga para nós bonança,
Aconchego e agasalho!
  
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS