A COUTADA DAS TOUPEIRAS
Toupeiras, sim, há toupeiras
Por todo o lado escavando, Deixemo-nos de brincadeiras Que os frutos vão minguando. Não há terra sem toupeira. Se a toupeira escava-a-terra Vai-se logo a sementeira Neste mistério qu´ encerra. Só se conhece a toupeira Pela míngua da colheita, Muito grande é a canseira E o prejuízo não se aceita. Por boa que seja a semente E o suor escorra no rosto Fica danada toda a gente Pelo inesperado desgosto. Toupeiras sempre há-de haver Em profissões imprevistas Enquanto uns sonham crescer Outros são oportunistas. Há quem se queixe do Sistema E de buracos insustentáveis Mas ninguém ataca o problema P´ las migalhas aproveitáveis… Haja toupeiras ou não, Há-de sobrar a cobardia De mascarar a corrupção Que se “topa” à luz do dia. Da justiça já nem se fala Mas conhecem-se os labirintos E um silêncio se instala Domesticando os instintos. Se não há “árbitros” capazes De controlar o sistema Ponham-se máquinas audazes E regulamento que não trema. O que vemos é muito feio E nisto ninguém põe a mão Surgem os amigos do alheio Debaixo de cada alçapão. E assim vai esta coutada Numa imparável viagem Mas com o risco de entrada Por um pantanal selvagem. Ninguém se queixe depois Se o sol não for para todos E co´ a bruma em vez de sóis Haverá azares e maus modos! Frassino Machado In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 13/03/2018
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