«À poetisa Alice Queiroz»

A vida humana é em si mesmo transitória
E o sentido que tem é sempre uma passagem
Que, no vigor ou fragilidade da viagem,
Comporta no seu ventre uma aura meritória.
Milhares de cenas constituem a mensagem
Que nela se revelam de forma aleatória
Consoante o sonho mostre ser imperatória
Aquela obra de arte feita aprendizagem.

Este é o preço de ser humano e ser poeta
Na ponte que transita chamada poesia
Que nunca no fazer-se se torna completa…
Mas fica por ventura, ó Alice, a magia
Dos teus versos colhidos em terra discreta,
Qual jardim perfumado em tua maresia…

Gostavas tanto de flores como de poemas
Que em ti nasciam com paixão e sem espera
Deixando na passagem aroma d´ alfazemas…

E se na tua vida houve páginas e dilemas
Num livro escrito, em dolorosa primavera,
Recebe, nesta hora, o melhor dos diademas!

Frassino Machado
In OS FILHOS DA ESPERANÇA