ODE À ANTI-PAZ
«No Dia Mundial da Paz»
“Parafraseando Natália Correia e Jorge de Sena” Deixemos a mentira, as lágrimas, as trevas, a fealdade, Amemos os animais dos campos e o coração do homem, Toleremos a fúria da tempestade e desculpemos o caos, Assumamos a tristeza, a água, o ruído, a pacatez, Aceitemos a agreste verborreia e o silêncio das ribeiras, Amemos o rigor do inverno e o breu da escura noite, Admiremos os cardos da planície e as secas das lameiras, Soframos os picos das roseiras e da ingénua ignorância, Optemos pela sequidão do rosto dos nossos inimigos, Creiamos nas banalidades e nas reais alucinações, Agarremos o ódio, a escravidão, os vazios do abismo, Ajustemos a poluição destas loucas primaveras, Olhemos o passado de todos os pequenos obscuros, Rompamos as estéreis viúvas e as inférteis montanhas, Rasguemos os risos das filhas vestidas de brancas nuvens, Alegremo-nos por darem à luz as bênçãos da paz. Eu te compreendo ó guerra, eu te grito ó maldita, Ó Diabólica, ó azarenta, sempre a desfavor do rural sossego, Com os teus braços que exaltam os estandartes do riso Com o teu abraço para com as armas do poder voraz, Fecha as portas desta Existência e ama a própria Morte! Frassino Machado In RODA-VIVA POESIA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/12/2017
Alterado em 30/12/2017 |