“Em memória do treinador José Araújo, 1924-2017”

“Correr a maratona, dizem que é bico d´ obra:
Não tanto pelos quilómetros, mais p´ la convicção”;
Eis as palavras ditas por quem era, de sobra,
Modelo para todos de lição em lição.

- Para quem recorria a ti eras paciente,
Dizendo que se devia dar tempo ao tempo,
E estendendo a tua mão de forma competente
Davas força aos mais fracos em cada momento.

- Contigo, como timoneiro, não havia receio
De, ao frio ou ao calor, à chuva ou ao vento,
Haver alternativa, entre pausa ou recreio
Mas, sim, um ânimo contínuo e um alento.

- Tu, ó José amigo, eras paradigma vivo,
E luzente farol de esperanças perdidas;
E para quem estava em baixo, eras lenitivo
Que dava sempre algum sentido às suas vidas.

- E agora, nesta Maratona de boa vontade
Desde o simples abrigo da tua dedicação,
Tens agora, à tua frente, a meta da liberdade
Na falta de uma bandeira de consagração!

Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS