MADRIGAL DA CHUVA
Nunca uma madrugada foi tão abençoada!
Chegou a desejada chuva e foi-se o fogo E, terminando assim o depravado jogo, Abriu-se a aurora de uma vida continuada. Meu madrigal de chuva, minha água clara, Que vens lavar as mágoas que eu atravessei Revelou-se-me a Fé que sempre resguardei, No fundo da minh´ alma, que me é preclara. Já poderei cantar alegre esta balada Pedindo à Natureza um terno desafogo E que atenda este meu angustiado rogo Para que mate a dor a quem ficou sem nada… Meu madrigal de chuva, minha crença ignara Que sempre suspeitou, o que nunca ignorei, Que alguém metia a mão em jogo fora-da-lei Semeando a angústia e o mal que nunca sara. Vinde agora, aves do céu e bichos da terra, Regressai flores do campo, regressai amores, Morram os ódios, a vingança e os horrores E anunciai a todos que s´ venceu a guerra… Ó chuva, minha irmã, meu prazer e confiança, Traz para a minha vida a justa temperança! Frassino Machado In ODISSEIA DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/10/2017
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