«À memória de Elvira Machado»

Morrer nem sempre é partir…
Morreste, mãezinha querida
Mas continuarás a ser
Toda a luz da nossa vida!

Tua franqueza modelar
Numa esperança a florir
Fez-nos a nós demonstrar:
Morrer nem sempre é partir.

Tu foste a candeia acesa,
Nesta aventura perdida,
E agora pra nossa tristeza
Morreste, mãezinha querida.

O teu coração maternal
Pra todos foi um prazer
Dentro de nós é virtual
Mas continuarás a ser

Um jardim de açucenas
Co´ uma brancura assumida
Que será, neste vale de penas,
Toda a luz da nossa vida.

Já não há estrelas no céu
E nem astros para se ver,
Tesouro maior sem labéu
Temo-lo em ti para viver.

No palácio do campo santo
Está um memorial florido
Amor de mãe, nosso encanto,
Num sentimento acrescido.

Se há quem não sinta memória
Por quem uma vida lhe deu
Muito triste é a sua história
Que nem a si mesmo mereceu.

Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA