SANTO ANTÓNIO, O EMIGRANTE
Santo António, o emigrante,
Deixou os seus em Portugal, Chegou a Itália hesitante Na busca de um sonho real. Mais portugueses no mundo Andaram em vida errante Foi, em contraste profundo, Santo António, o emigrante. De Lisboa para Marrocos Partiu sem deixar sinal E só, com míseros trocos, Foi-se do seu Portugal. Passou perto do Algarve Mas navegou pr´ adiante E após tempestade alarve Chegou a Itália hesitante. Não conhecendo ninguém Com senha convencional Foi convencido por alguém Na busca de um sonho real. - Venho-me cá apresentar Neste estranho imprevisto Quero ser irmão e pregar Imitando a Jesus Cristo. Fez juramento de um ano Cumpriu a sua penitência Tornou-se frade franciscano Com talentosa sapiência. Recebeu-o o Santo de Assis Louvando-lhe as qualidades; Até a mula vergou a cerviz Espantada com certas verdades. Lisboa passou à história Pádua tornou-se morada E a lenda espalhou na memória Uma vida de tudo ou nada. Italiano ou português? Depende do ponto de vista: Será um milagre, talvez, Daqueles que não ´stão na lista! Emigrante houvera de ser Bem junto às areias do mar Hereges e peixes a converter E alguém com isso a ganhar. Santo António paduano, Santo António lisboeta, Ninguém cai no desengano De acreditar na historieta. Frassino Machado In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 13/06/2017
Alterado em 15/06/2021 |