O CARISMA HUMANISTA
“Réplica à Prof.ª Isabel Rosete”
Isabel Rosete – Tese: “Enquanto a humanidade estiver assim formatada, jamais tal proeza irá acontecer. O inconsciente individual e colectivo é marcado pelo desejo de fazer-violência, em virtude das repressões sofridas pela castração do processo de socialização. Freud assim o explica e muito bem. A história da humanidade mostra-o com evidência. Não misturemos a utopia com a realidade. Sejamos realistas! Só a consciência realista nos permite a mudança adequada. O que mudam as Datas festivas assinaladas no calendário? Rigorosamente nada.” Maria Isabel Rosete Frassino Machado – Réplica: É certo que a Humanidade têm já, à nascença, a sua ingénua formatação – direi, quase, selvagem – mas a inteligência humanista (processo permanentemente em curso) sempre tem engendrado, ao longo de toda a História mecanismos de socialização que tendem a uma progressiva melhoria num concerto partilhado de entendimento. Esta «inteligência humanista» dá pelo nome de Cultura e insere-se num fenómeno mais vasto a que se chama CIVILIZAÇÃO. Todo este fenómeno, sabemo-lo bem, por vezes (senão sempre) tende à contradição, havendo quem não acredite que os seres humanos têm capacidades, a si inerentes, para o entendimento… Eu creio que faço parte dos que acreditam que o homem, em si, tende naturalmente para a «socialização» e o que se passa com ele tem muito a ver com questões instintivas de sobrevivência: ambição (ter poder); interesse (ter riqueza); conhecimento (ter valor). Ou seja, tudo num contexto de TER. Fica, quiçá, subalternizado o SER, isto é: o terceiro factor – Conhecimento – é dominado pelos dois anteriores, ambição e interesse. Nesta dinâmica, apetece-me dizer que Freud quando sugere que o género humano sofre de “castração”, e outras incongruências análogas, apenas tem alguma razão. Quem diz Freud, diz muitos outros pensadores ao longo da História. Distinguem, perfeitamente, tudo aquilo que é teoria do que é a realidade. Mas nem sempre conseguem definir com nitidez o fiel da balança das atitudes humanas. Daí que, porque não, as UTOPIAS, as RELIGIÕES, as LEIS, as ARTES, os VALORES, etc. têm de ter lugar no concerto das Sociedades. É essa a diferença entre o HOMEM e a SELVA. Porque não dar dinamismo ao CORAÇÃO por oposição à RAZÃO, muitas vezes inóspita? Porque não inserir, no acervo das aspirações humanas, o SONHO? Não se diz que é ele que comanda a Vida? Porque não encarar os pontos altos da Convivência entre os humanos – as Datas Comemorativas, por exemplo – na lógica das motivações que poderão conduzir ao aperfeiçoamento dessa mesma Convivência? Todos sabemos que, na Humanidade, existem sempre duas Margens: por um lado a tendência para o Mal, por outro a tendência para o Bem. E está entre elas a corrente imparável do Bom Senso que, quanto a nós, supera indubitavelmente, qualquer consciência dita realista. É este o verdadeiro fiel da Balança da Convivência Humana! Concluindo, o Mal existe (Violência / as Armas) mas o Bem também existe (Pacificação / as Flores). A grande Opção – o SER HOMEM (carisma humanista) é que determina o real valor do saber-estar no Mundo. Frassino Machado www.frassinomachado.net
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 20/04/2017
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