CANTO DE FRASSINO

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Textos

O SÉTIMO JOGO 02
«Ou a contraluxúria»

Vede como está o mundo, que urge de alarme
Nesse instalado negócio para além do amor,
Que cega a inteligência humana pelo horror
De não ter uma força anímica que o desarme.

Vede como está a humana carne sem pundonor,
Essa postura de alma aprisionada à lama,
Que a reduz à espécie ínfima – qual melodrama –
Condenada ao exílio e ao triste desamor…

Vede o bezerro de ouro que é o vil dinheiro
Que circula ab aeterno tirando-lhe o siso
E o preço a pagar que é a perda do Paraíso
E da Inocência que era todo o “bem primeiro”.

E vede para quem vai a culpa desta desgraça:
Para a mulher, para a serpente, para a maçã
Ou, simplesmente, porque a carne é fraca ou má?
Diria, apenas, que a traficância é uma ameaça…

Exclamou Vieira, no sermonário da luxúria:
- Ó vós, humanos, para quando o fim da incúria?

Frassino Machado
In ODIRONIAS
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 31/03/2017
Alterado em 31/03/2017


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