O PLANETA DO CARNAVAL
Balançando por toda a terra
Num louco ritmo infernal Vai entre a paz e a guerra O Planeta do Carnaval! Num estranho corso dançando Onde toda a gente se encerra Vai um sentimento ficando Balançando por toda a terra. Entre risos e gargalhadas Todos se agitam bem ou mal Corre todo o mundo as estradas Num ritmo louco infernal. Pode haver fome ou sede a mais, Da folia ninguém descerra, O mais trágico dos sinais Vai entre a paz e a guerra. O Entrudo anuncia o ócio E o folguedo vai teatral Atrai o Poder pro negócio O Planeta do Carnaval. A criança, o jovem e o adulto Até podem ser indigentes Mas não faltará este culto Na opacidade das mentes. Não há cidadãos que resistam Nem políticos com hombridade Mas há bons farsantes que ficam Na orgia de cada cidade. Há crimes, há roubos e anarquias, Há poucas escolas e hospitais? Mas há tantas, tantas histerias Nos populares Carnavais. Há falta de bens e dinheiro, Há falta de justiça e prisões? Mas há ritual aventureiro Que dá lucro e muitos milhões. Desfilam angústias sem-abrigo, Desfilam vidas despedaçadas? Mas há quem se ri, que não digo, Por mordomias malfadadas. Fala-se de Paraísos fiscais E há corsos no Parlamento Assemelham-se a carnavais E, palavras, leva-as o vento. Ele há dias, e meses, e anos, Ele há horas de desarmonia, Num rosário de desenganos Choram os rios de poesia… O Planeta do Carnaval, Rei Momo desavergonhado, Tem a máscara angelical, E ri com lágrimas de Fado. Frassino Machado In JANELAS DA ALMA
FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 24/02/2017
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